domingo, 10 de janeiro de 2010

A LIÇÃO DO FUTEBOL


João Nuno Coelho / Football Ideas

Em ano de Campeonato do Mundo, o futebol português (e principalmente a sua Selecção Nacional) demonstra uma competitividade internacional muito superior à dos outros sectores da vida económica e social do país

A Selecção portuguesa ocupa um impressionante sétimo lugar entre as equipas nacionais mais valiosas do Mundo, tendo em consideração uma estimativa dos direitos económicos dos seus jogadores. O estudo realizado pela “Fooball Finance”, baseia-se na avaliação dos direitos económicos dos 25 jogadores mais utilizados por cada selecção nacional, durante a fase de qualificação para o Mundial e nos mais recentes jogos de preparação. Os valor de cada um dos jogadores foi apurado mediante a consulta de vários agentes e agências FIFA, bem como de diversas empresas de scouting, com experiência na avaliação de direitos económicos de jogadores de futebol.

Se tivermos ainda em conta que Portugal ocupa neste momento o quinto lugar do ranking oficial da FIFA, não resta qualquer dúvida que a Selecção nacional possuiu um valor e qualidade internacionais que não tem concorrente à altura em nenhum outro sector da cultura e da economia portuguesas. Refira-se como exemplo comparativo que Portugal se encontrava apenas na 38ª posição mundial em termos de Produto Interno Bruto em 2008, segundo dados do Fundo Monetário Internacional.

Tal competividade internacional no futebol de um país com apenas 10 milhões de habitantes é ainda mais notável, sendo que Portugal é o menos populoso de entre os sete países mais cotados nesta avaliação da Football Finance. Esta realidade apenas se pode explicar através do desenvolvimento de um importante know how específico ao nível da formação de futebolistas e treinadores, um campo em que o futebol português pode dar lições relevantes a outras áreas sociais e económicas.

Naturalmente, terão que se considerar outras variáveis na análise da posição de destaque da “equipas das quinas” neste estudo. E algumas delas envolvem factores um pouco aleatórias e de difícil controlo, como é o caso do surgimento de um talento como o de Cristiano Ronaldo, neste momento detentor do recorde de transferências em termos mundiais com a chegada ao Real Madrid. O CR9, que no fim da temporada 2008/09, quando actuava no Manchester United, ocupava apenas a quarta posição dos mais bem pagos, será hoje porventura o mais valioso futebolista à escala global (a par de Leonel Messi), o que obviamente influencia de forma determinante os resultados deste estudo.

Merece ainda destaque o valor total das selecções que englobam o Grupo G da fase final do Campeonato do Mundo de 2010, a disputar na África do Sul, a partir de 11 de Julho, e de que Portugal faz parte. Trata-se do grupo vais valioso da competição, o que se deve em grande medida à presença do Brasil (o maior exportador mundial de talento futebolístico desde há décadas), que apesar de tudo ocupa apenas a segunda posição desta tabela, tal como acontece no ranking da FIFA. Em ambos os casos a equipa do momento é a Selecção espanhola, que vive o período de maior apogeu de uma história poucas vezes caracterizada pelo sucesso desportivo.

Curiosamente, a Espanha tem apenas tem dois jogadores no clube dos 20 mais bem pagos em 2008/09, e apenas na 18ª e 19ª posições, com o guarda redes Iker Casillas e o médio do Arsenal, Cesc Fabregas. Esta classificação é, aliás, dominada pelos futebolistas ingleses (5), italianos (4) e brasileiros (3), assumindo-se como surpreendente a escassa representação argentina (1), alemã (1) e francesa (1).

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